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Solitários acompanhados



Um rapper brasileiro formulou a seguinte pergunta em uma de suas composições: "Distância, meu amigo, não é vários quilômetros quadrados. Quantas vezes você está distante mesmo estando do lado?".

É verdade. Quantas pessoas estão juntas, porém, o aparelho celular mantém ambas com seus corações afastados? Uma das razões para que isso aconteça é o uso descontrolado de smartphones.

Na mesma proporção que existe o lado bom, também existe o lado ruim nos smarphones. É um excelente microcomputador de bolso, transmissor de vídeo, música. É um veículo compartilhador de fotos instantâneas de primeira qualidade. Sabemos que, sem dúvida, este dispositivo é uma maravilha da tecnologia moderna, pode ser considerado como uma varinha mágica, um tapete mágico. Cabe na palma da mão e estabelece a comunicação entre pessoas situadas em continentes diferentes, sem que para esta comunicação seja preciso fazer mais do que levá-lo ao pé do ouvido.

O que há de ruim? Dificulta o convívio caloroso do olho no olho, faz com que os usuários sejam incapazes de realizar uma conversa com início, meio e fim. É triste constatar que o smartphone é capaz de estragar o bom entrosamento das pessoas que estão próximas. Na atualidade, observamos o fato de tantos estarem fisicamente ao lado de alguém, sem que isto signifique estar realmente por perto. Por conta da disseminação de smartphones, é impossível contar o número de gente que se sente só, apesar de fazer parte do denso fluxo de vai-e-vem das multidões!

Por tamanha utilidade e fonte de prazer, o uso pode ser viciante! As oportunidades pontuais oferecidas por este aparelho compacto é capaz de transformar indivíduos psicologicamente dependentes crônicos.

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